quarta-feira, 5 de novembro de 2014

16) Lembrança de Criança: memórias da infância doce como cidra

João Vitor Ribeiro       7ºB
Profª Amanda Giovanelli

Lurdes de Fátima Ribeiro é meu nome de batismo. Nasci em Tatuí, interior de São Paulo em 1969.
Morei com minha mãe até certo ponto, mas passávamos maus bocados, muita necessidade e dificuldades.
Meu pai já estava em outro casamento e, para não me desamparar, levou-me para morar com ele quando eu tinha seis anos. Mas Não deu certo, eu era uma personagem de conto de fadas sofrendo nas garras da “má-drasta”!
Quando fiz doze anos minha fada madrinha em forma de irmã, Maria, resolveu tomar a minha guarda, diante dos acontecimentos e...bem...não fomos felizes para sempre...mas... ao menos passei a ter um lar melhor.
Sempre fui bem tratada e criada junto com os filhos de Maria: Eduardo, tinha sete anos na época, e Jéferson, recém-nascido.
O mais velho não gostava de mim, sentia ciúme no começo, depois ficamos muito apegados.
Eduardo aprontava muito comigo! Sempre fui meio pamonha, caia nas armadilhas com frequência e ele se divertia muito com isso!
Teve uma vez que ele resolveu me ensinar a pilotar triciclo. Adivinha? Logo me soltou na descida e eu, muito boba, acabei me esborrachando toda!
Certa vez, Maria, minha “irmãe”, fazia doce de cidra. O doce nem estava pronto e Eduardo, teimoso como só ele, insistia em querer o doce. “Coloca um pouco pra gente, mãe” “ainda não está pronto Calma!”.
Mas criança lá espera alguma coisa? Definitivamente, “esperar” não existe no dicionário “criancês”. E de tanto torrarmos a paciência, Maria encheu dois copos com a cidra pelando: “Vocês não queriam doce? Então vão comer!”.
Até duas colheradas iam, mas depois... a gente não aguentava mais! Era muito doce e quente! Passamos mal! Suamos frio para comer! E “ai” se não comesse! Porém, um anjo nos salvou! Para nossa sorte, o telefone tocou! Quando Maria foi atender, enterramos o doce no quintal bem depressa e deixamos só um fundinho no copo um dedinho, para ela pensar que tínhamos comido.
“Nossa! Vocês estavam mesmo com vontade! Querem mais um pouco?”
“Não!”
Aquele grito veio das profundezas do estômago dolorido! Maria até se assustou!
“Quer dizer... já estamos satisfeitos...”
Só sei que peguei “ARGH”! Nunca mais na minha vida comi este doce e não aguento nem olhar pra ele!
Detalhe: Maria soube de tudo há pouco tempo! Rimos muito!
Criança sofre! Passa por cada uma!
Mas sobrevive! Somos mais fortes do que sugere o nosso corpo franzino.
Já dizia um pediatra, conhecido meu “São tão resistentes quanto botas velhas!”.



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