Natalia Stephanie de
Sousa 7ºA
Profª Amanda Giovanelli
Nasci em 1948, na cidade de Tatuí – SP, na Rua: Prof. Oraci
Gomes.
Meu pai era doceiro, tinha uma confeitaria no quintal de
minha avó. Nossas ruas eram todas de mato e pedras e não tinha muitas casas
como tem hoje.
Morei em Tatuí até meus três anos de idade, depois nos
mudamos para Guareí, cidadezinha próxima e minúscula. Sabe aquelas cidades que
só têm uma rua principal e em cinco minutos entra-se e sai dela?! Pois então!
Nesta cidadezinha, papai montou outra confeitaria no quintal de nossa casa.
Naquela época não existia tevê, máquina de lavar nem ferro
elétrico, era ferro à brasa. Também não existia luz igual à de agora. A luz era
gerada por um motor chamando de gerador, que era ligado às 18h e desligado às
23h. Quem quisesse luz depois das 23h, precisava ter um lampião.
Minha mãe levantava às 4h da manhã para acender o forno à
lenha do quintal e fazia bolinhos de amendoim que eu vendia a partir das 6h da
manhã e eu tinha apenas cinco anos! E não era só eu que trabalhava, meus amigos
da escola também vendiam coisas: queijo, favo de mel, pão...
Com meus oito anos de idade, meus pais se separaram, minha
mãe ficou em Guareí e meu pai e eu voltamos para a capital da música, Tatuí, na
casa de minha avó.
Na minha época, as crianças não tinham muita infância,
porque as crianças sem grandes condições financeiras trabalhavam para ajudar a
família.
Frequentávamos a escola pela manhã, saiamos meio dia e íamos
trabalhar como babás, faxineiros, vendedores, engraxates etc.
Ajudávamos em casa também e no pouco tempo que restava
brincávamos de roda, joga peteca, passa anel e pega-pega.
Havia pouco tempo para ser criança, mas o pouco que tínhamos
era muito, era tudo, podíamos voar, correr sobre as asas da imaginação,
construir casas... Até hoje moramos nelas e ainda as construímos porque são a
nossa vida.
O cheiro de minha infância? Amendoim torrado, açúcar
queimado, sorvete colore, bolinho de chuva, pão quentinho saído do forno e um
banho morno.
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