quarta-feira, 5 de novembro de 2014

20) Casamento dos sonhos ou pesadelo?

Priscila Alves       nº 26           7ºB
Profª Amanda Giovanelli

Esta história é sobre Fernanda, nascida e criada no Rio de Janeiro. Fernanda era uma garota alegre e, como muitas moças à beira dos 20 anos, sonhava em se casar.
É claro que atualmente as moças já pensam em se casar mais à beira dos 30. Mas na década de 1970, a expectativa de vida e as ambições, no geral, eram outras. As moças desejavam encontrar logo um bom partido para se casarem e deixarem as casas dos pais, que muitas vezes estavam mais para prisões de segurança máxima! Os pais eram rígidos! Traziam as filhas com rédeas curtas.
A década de 1970 era cheia de cor e brilho! Usávamos cabelo Black Power, calças boca de sino, plataformas, muitas cores... era a época da discoteca, ou disco, como chamávamos.
A noite se iluminava pelas luzes e globos prateados e espelhados dentro das discos! A música era alegre, contagiante, impossível ficar parado! Usávamos, literalmente, plumas e paetês!
Ser um jovem bem sucedido era sinônimo de ter um Fusca envenenado!
Hoje, a moda é muito eclética, há muitos estilos! O Fusca já virou fusquinha, carro velho que pega no tranco.
Ser bem sucedido é mais complexo: precisa ter carrão, roupas, perfumes e sapatos importados, para dizer o mínimo.  
Pois bem, eis que nossa heroína seguiu o protocolo: enamorou-se de um bom moço trabalhador e iriam se casar no dia 27 de novembro de 1976.
Para Fernanda, era o dia mais feliz de sua vida! O momento mais esperado! Brilharia diante de todos no seu belo, branco e rendado vestido de noiva! Com tudo o que tinha direito: véu, grinalda, buquê...
Fernanda amanheceu feliz, colorida, radiante naquela bela manhã de sol! Parece que a vida lhe sorria afinal. Banhou-se, perfumou-se, preparou-se para o dia de sua estreia... olhou para o cabide pendurado na porta do guarda-roupas e lá estava ele, seu belo vestido! Parecia ter vida própria! Nem dormira direito de tanta ansiedade!
A mãe Maria, e a tia Lediany, ajudaram a menina, quase mulher, Fernanda, a vestir-se de noiva! Ficou linda, glamorosa, como tem de ser todas as noivas! Uau! Parecia uma princesa!
Fernanda deparou-se com uma flor de encanto e formosura que sorria para ela diante de um espelho! Seria um sonho? Era ela mesma refletida ali? Esfregou os olhos para ter certeza, beliscou-se! Era real! Que sublime estado de alegria e euforia!
Quando se preparava para sair de casa, rumo ao altar, um sobrinho muito peralta passou correndo como bolo nas mãos, diga-se de passagem que era um bolo com muito glacê, desses de casamento de antigamente, tropeçou e derrubou muito sobre o vestido! Este ficou todo engordurado e impossível. Fernanda só sentou e chorou sobre o leite derramado! Seria um mau pressagio? O dia começara tão bom! E agora... Tudo perdido! Se Fernanda pudesse, arrancaria os cabelos!
Mas tia Lediany veio acalmar-lhe os ânimos: “Que é isso, menina? Vai deixar uma bobagem destas estragar-lhe o dia?” “O mais importante é o que você é, não uma simples roupa!” “Pense que você será diferente e lembrada, um dia vai rir de tudo isso...”
Foi difícil acalmar o coração, mas aos poucos, Fernanda deu razão à tia...
O que fazer então?
“Use a roupa da viagem de lua de mel, assim já estará até pronta para a viagem...”
Que remédio? O que não tem remédio, remediado está, não é?
Eis que a marcha nupcial toca e abrem-se as portas de igreja... suspense... surge Fernanda rumo ao tapete vermelho, pasmem: de short, camisa, véu e buquê!
O espanto foi geral! Não tinha como!
Fernanda até achou graça de sua façanha! Aquele casamento realmente entraria para a história.
Houve um burburinho geral e olhares curiosos! Mas no fim das contas todos se divertiram e foi incrível! Apesar do incidente, ainda assim, foi o melhor dia da vida de Fernanda e de seu noivo Eduardo.
Ele teve a certeza de que realmente encontrara sua joia e ela era rara, única no mundo...


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