Priscila
Alves nº 26 7ºB
Profª Amanda Giovanelli
Esta história
é sobre Fernanda, nascida e criada no Rio de Janeiro. Fernanda era uma garota
alegre e, como muitas moças à beira dos 20 anos, sonhava em se casar.
É claro que
atualmente as moças já pensam em se casar mais à beira dos 30. Mas na década de
1970, a expectativa de vida e as ambições, no geral, eram outras. As moças
desejavam encontrar logo um bom partido para se casarem e deixarem as casas dos
pais, que muitas vezes estavam mais para prisões de segurança máxima! Os pais eram
rígidos! Traziam as filhas com rédeas curtas.
A década de
1970 era cheia de cor e brilho! Usávamos cabelo Black Power, calças boca de
sino, plataformas, muitas cores... era a época da discoteca, ou disco, como
chamávamos.
A noite se
iluminava pelas luzes e globos prateados e espelhados dentro das discos! A
música era alegre, contagiante, impossível ficar parado! Usávamos,
literalmente, plumas e paetês!
Ser um jovem
bem sucedido era sinônimo de ter um Fusca envenenado!
Hoje, a moda
é muito eclética, há muitos estilos! O Fusca já virou fusquinha, carro velho
que pega no tranco.
Ser bem
sucedido é mais complexo: precisa ter carrão, roupas, perfumes e sapatos
importados, para dizer o mínimo.
Pois bem, eis
que nossa heroína seguiu o protocolo: enamorou-se de um bom moço trabalhador e
iriam se casar no dia 27 de novembro de 1976.
Para
Fernanda, era o dia mais feliz de sua vida! O momento mais esperado! Brilharia
diante de todos no seu belo, branco e rendado vestido de noiva! Com tudo o que
tinha direito: véu, grinalda, buquê...
Fernanda
amanheceu feliz, colorida, radiante naquela bela manhã de sol! Parece que a
vida lhe sorria afinal. Banhou-se, perfumou-se, preparou-se para o dia de sua
estreia... olhou para o cabide pendurado na porta do guarda-roupas e lá estava
ele, seu belo vestido! Parecia ter vida própria! Nem dormira direito de tanta
ansiedade!
A mãe Maria,
e a tia Lediany, ajudaram a menina, quase mulher, Fernanda, a vestir-se de
noiva! Ficou linda, glamorosa, como tem de ser todas as noivas! Uau! Parecia
uma princesa!
Fernanda
deparou-se com uma flor de encanto e formosura que sorria para ela diante de um
espelho! Seria um sonho? Era ela mesma refletida ali? Esfregou os olhos para
ter certeza, beliscou-se! Era real! Que sublime estado de alegria e euforia!
Quando se
preparava para sair de casa, rumo ao altar, um sobrinho muito peralta passou
correndo como bolo nas mãos, diga-se de passagem que era um bolo com muito
glacê, desses de casamento de antigamente, tropeçou e derrubou muito sobre o
vestido! Este ficou todo engordurado e impossível. Fernanda só sentou e chorou
sobre o leite derramado! Seria um mau pressagio? O dia começara tão bom! E
agora... Tudo perdido! Se Fernanda pudesse, arrancaria os cabelos!
Mas tia
Lediany veio acalmar-lhe os ânimos: “Que é isso, menina? Vai deixar uma bobagem
destas estragar-lhe o dia?” “O mais importante é o que você é, não uma simples
roupa!” “Pense que você será diferente e lembrada, um dia vai rir de tudo
isso...”
Foi difícil
acalmar o coração, mas aos poucos, Fernanda deu razão à tia...
O que fazer
então?
“Use a roupa
da viagem de lua de mel, assim já estará até pronta para a viagem...”
Que remédio?
O que não tem remédio, remediado está, não é?
Eis que a
marcha nupcial toca e abrem-se as portas de igreja... suspense... surge
Fernanda rumo ao tapete vermelho, pasmem: de short, camisa, véu e buquê!
O espanto foi
geral! Não tinha como!
Fernanda até
achou graça de sua façanha! Aquele casamento realmente entraria para a
história.
Houve um
burburinho geral e olhares curiosos! Mas no fim das contas todos se divertiram
e foi incrível! Apesar do incidente, ainda assim, foi o melhor dia da vida de
Fernanda e de seu noivo Eduardo.
Ele teve a
certeza de que realmente encontrara sua joia e ela era rara, única no mundo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário