quarta-feira, 5 de novembro de 2014

21) Meus quinze anos: quase o final de tudo

Maísa Cavalcante Sales          7º B
Profª Amanda Giovanelli

O ano de 1949 começou muito bem para Francisca Cavalcante. Era uma época em que se contentava com pouco. Uma simples festa de aniversário já era tudo! Ainda mais uma festa de 15 anos! Não era pouca coisa!
“Assim, no dia primeiro de janeiro de 1949, minha mãe, Antonia, presenteou-se com uma festa dos sonhos: eram meus 15 anos, tão sonhados, eu era uma mocinha!”
Nesta época morávamos em Tauá, uma cidadezinha do Ceará. Ainda não tinha muito desenvolvimento como hoje. Vivíamos num vilarejo comum, sem asfalto, rico em natureza.
Perto de casa passava um rio! Era a diversão da molecada! Nossa praia particular! Eu ia lá só para olhar, atirar pedrinhas no rio e me balançar nos balanços improvisados de pneus que eram pendurados nas árvores. Eu morria de medo do rio! Não sabia nadar! Nem molhava o dedinho do pé lá! Parece que aquela imensidão de água poderia me engolir a qualquer momento!
Enfim, o rio sempre tem um papel na nossa história, afinal, pois é cheio de vida, nos abastece!
As grandes civilizações sempre começaram às margens dos rios: Egito no rio Nilo. Roma no rio Tigre, e conosco não foi diferente.
Por que falar tanto do rio? Ele tem papel principal nesta história! Ele é o protagonista! Ou seria eu a protagonista e ele o antagonista?
O fato é que eu tinha duas melhores amigas: Elizabete e Bruna.
Quando contei a novidade para elas, Elizabete se alegrou e já começou a pensar no presente. Mas Bruna fez cara de quem comeu e não gostou. Acho que sentiu inveja, sei lá...
O dia tão esperado chegou! Logo pela manhã, mamãe se aplicava e virava em mil com os preparativos! Bruna me chamou e revelou: ‘Vamos Francisca, lá perto do rio comigo, quero dar seu presente adiantado!’
Eu tinha pavor daquele rio! Mas Bruna era minha amiga e eu confiava nela! Chegamos lá e ela me pediu para chegar bem perto e fechar os olhos, ao que obedeci prontamente!
O que Bruna fez comigo, vocês já devem imaginar... Jogou-me no rio! Quase morri, mais pelo susto do que pelo afogamento! Eu me debatia desesperada e a Bruna, ali, só me olhando, ela sabia nadar! Será que pensou que eu mentia que não sabia?!
Mas Deus estava comigo e um vizinho, vendo aquilo, mandou chamar o Corpo de Bombeiros, enquanto me tirava do rio.
Foi um corre, corre! Mas fui salva e estou aqui para contar a história.
Bruna? Ela não compareceu ao meu aniversário, pois estava de castigo, perdeu a maior festança!
Na juventude somos muito inconsequentes, achamos que nunca vamos morrer! Ainda não sei o que Bruna pensou... Mas, no dia seguinte, ela foi à minha casa se desculpar e me deu um lindo kit de maquiagem! Tive que perdoá-la!
Tirei uma lição para a minha vida desta história: os saberes são necessários, os medos têm de ser enfrentados! Devemos saber defender a nossa vida. Então, se me pedirem um conselho útil, eu digo: aprendam a nadar!


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